O presidente da Seccional goiana da OAB, Henrique Tibúrcio, aponta a conscientização da sociedade sobre os malefícios dos entorpecentes, por meio da educação, como a melhor forma de combate ao consumo de drogas. Ele abordou o assunto durante a audiência pública O Problema das Drogas e a Municipalidade, promovida nesta sexta-feira (21), pelo presidente da Câmara Municipal de Goiânia vereador Francisco Vale Júnior (PMDB).
"É preciso haver uma mudança cultural em relação ao consumo de drogas, começando pelas drogas lícitas, como o cigarro, por exemplo", avaliou Henrique Tibúrcio ao dizer que, nos anos 70, o hábito de fumar cigarros era visto como algo glamoroso e que, hoje, isso mudou, fazendo com que muitas pessoas deixem o vício. O presidente da OAB-GO defendeu também que o poder público deve oferecer alternativas para a população, principalmente, a carente, para que a mesma não procure refúgio nas drogas. "É muito difícil conscientizar cidadãos sobre os malefícios causados pelos entorpecentes sem antes lhes oferecer coisas mais básicas, como moradia e alimentação", ressaltou.
O evento teve a participação especial do Secretário Nacional de Políticas sobre Drogas e Secretário Executivo do Conselho Nacional Antidrogas, o general Paulo Roberto Yog de Miranda Uchoa. Ao lembrar que o Brasil faz fronteira com os três maiores produtores de coca do mundo, Bolívia, Peru e Colômbia, e tem um imenso litoral que facilita o escoamento das drogas produzidas, Paulo Roberto Uchoa disse que o tráfico de drogas no País é muito difícil de ser combatido, mesmo com o grande trabalho que vem sendo realizado pela Polícia Federal. Diante disso, o general disse que a luta deve se voltar para o usuário. "Prevenir o início do consumo é o melhor caminho", ponderou Paulo Roberto Uchoa ao defender a reativação do Conselho Estadual de Combate às Drogas.
Também participaram da discussão a titular da Delegacia Estadual de Narcóticos (Denarc), Renata Cheim; o vice-presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), desembargador Vitor Barbosa Lenza; os promotores do Ministério Público de Goiás (MP-GO) Rodney da Silva e Sebastião Everaldo de Souza; e o presidente do Conselho Municipal de Entorpecentes de Goiânia, Jamil Issy.