Política perde com fim da verticalização

26/01/2006 Antiga, Notícias


 


O sistema político perde com a queda da verticalização. É o que diz o presidente da OAB-GO, Miguel Cançado, sobre a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) n° 548/02 aprovada nesta quinta-feira, 25, pelo Congresso Nacional e que determina o fim da regra que obriga os partidos a seguirem nos Estados as mesmas alianças acordadas na esfera nacional. “Esta PEC contém contornos de absoluta inconstitucionalidade. Ela agride a Constituição Federal”.  O texto da PEC estabelece a validade da emenda constitucional “na data de sua publicação” e já teria efeito, portanto, para as eleições deste ano. Miguel Cançado lembra que a PEC contraria o artigo 16 da Constituição Federal, que diz que mudanças na Legislação Eleitoral podem ser feitas apenas até um ano antes do pleito, marcado para o dia 1º de outubro de 2006.


O Conselho Federal da OAB tem dito com freqüência que esta mudança no processo eleitoral há menos de um ano da eleição é uma afronta à Constituição Federal e um desrespeito ao cidadão. “O que estamos vendo é o restabelecimento da poligamia político-partidária, a desvalorização ainda maior do Congresso Nacional que ainda está exposto a várias críticas e denúncias neste momento.


Para Miguel Cançado, o fim da verticalização prejudica o entendimento da questão ideológica dos partidos. “Se um determinado partido se coliga de uma forma na esfera nacional e de outra na estadual, o eleitor fica sem referência quanto à linha programática do partido.”


O presidente da Comissão de Defesa da República e da Democracia do Conselho Federal da OAB, Fábio Konder Comparato, vai propor ao Conselho que ingresse com Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) para contestar a validade, já para as eleições de 2006, do fim da verticalização.


 


26/01 – 19h10

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