A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) vem a público lamentar o assassinato do radialista Jefferson Pureza, de 39 anos, em Edealina, e externar sua preocupação sobre o crime que pode estar relacionado à restrição da liberdade de imprensa e retaliação às críticas ao poder político local.
Segundo informações divulgadas em veículos de comunicação, a Rádio Beira Rio FM, onde o jornalista trabalhava, foi alvo de incêndio durante a madrugada há cerca de três meses. Até o momento não há informações que elucidem a autoria e as motivações para o fato.
Conquistada a duras penas, a liberdade de imprensa é um dos pilares do Estado Democrático de Direito, assegurada pela Constituição Federal e, portanto, atos que a abalem e atinjam os profissionais de imprensa devem ser combatidos. A OAB, cumprindo seu papel institucional de zelar pelo Estado Democrático de Direito, não pode permitir que crimes dessa natureza ameacem um dos sustentáculos da democracia.
Segundo a Unesco, de 2012 a 2016, 29 jornalistas foram mortos no Brasil. Esses números põem o país em sexto lugar na lista de nações onde foram registradas, oficialmente, mortes de profissionais da imprensa nesse período.
De acordo com o Committee to Protect Journalists (CPJ), organização sem fins lucrativos baseada em Nova Iorque, desde 1992, o Brasil teve 39 jornalistas mortos. Destes casos, 25 continuam impunes, sem informações sobre a autoria dos crimes. Para a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (ABRAJI), a impunidade é vista como um dos principais motores para que a violência contra jornalistas continue.
A Ordem exigirá das autoridades a apuração profunda do caso para que se elucidem as circunstâncias do crime, os culpados sejam identificados e a punição exemplar seja aplicada.
Diretoria da OAB-GO