Prezando pelo cumprimento da transparência de suas contas, a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) divulga nesta segunda-feira (3 de abril) o resultado contábil e financeiro do Centro de Esporte e Lazer (CEL) em 2016. O espaço recreativo da Ordem fechou o período com déficit de R$ 2,1 milhões. As despesas no ano passado somaram R$ 2,7 milhões, contra uma receita de R$ 566 mil (veja detalhes no quadrado ao lado).
O balanço deficitário do ano passado foi puxado por contas pendentes de 2015. Cerca de R$ 1,2 milhão (ou 57% do resultado acumulado) foram destinados ao pagamento de contas do penúltimo exercício financeiro da entidade em atraso. O presidente da OAB-GO, Lúcio Flávio, afirma que a entidade vai ouvir a advocacia, de forma democrática, para propor uma alternativa à situação.
O secretário-geral da OAB-GO, Jacó Coelho, explica que o resultado deficitário ocorre diante do desequilíbrio entre os valores cobrados atualmente por locações (de salões, bares, campos e do estacionamento) e as despesas geradas com a manutenção do clube. “Temos uma despesa quatro vezes maior que a receita. Precisamos criar um mecanismo que viabilize a gestão desta importante espaço para todos os advogados goianos”, afirma.
Jacó ressalta que este modelo de transferência de recursos da OAB para o CEL é incapaz de dinamizar a gestão e modificar a realidade deficitária. “A saída é refletir e realizar estudos que identifiquem formas de transformar este espaço em superavitário, com a exploração de espaços publicitários, novas políticas de comercialização dos espaços e investimento no processo de mecanização e automoção”, analisa.
Números
O tesoureiro da Ordem, Roberto Serra, diz que o total investido no CEL anualmente é de grande impacto nas contas da instituição. Dos cerca de R$ 30 milhões que entram no caixa da entidade anualmente, a OAB fica com cerca de 45% (R$ 13,5 milhões), conforme definido em estatuto.
“Deste total que recebemos anualmente, cerca de 15% vai para o CEL. Isso corresponde a uma média de R$ 2,5 milhões da nossa arrecadação total. Essa é a despesa ordinária. Sem contar as providências urgentes e necessárias, que podem surgir eventualmente, elevando o percentual”, afirma. “Essa situação deficitária vem de muito tempo. O CEL passou a ser administrado em segundo plano e, agora, vamos mudar isso.”
Recorrência
A situação deficitária do CEL vem se repetindo nos últimos anos. Em 2014, o balanço final das contas do espaço recreativo ficou em -R$ 1,5 milhão. Naquele ano, as receitas foram de R$ 502 milhões, contra R$ 2,1 milhões de pagamentos. Em 2015 o cenário se repetiu: gastos de R$ 2,6 milhões contra receita de R$ 488 mil geraram um saldo –R$ 2,1 milhões.
O presidente da OAB-GO, Lúcio Flávio de Paiva, diz que esta é a primeira vez na história que a advocacia realmente toma conhecimento de quanto custa o CEL. “Estamos fazendo tudo aquilo que for necessário para acertar, em termos contábeis, e, com isso, isolar as despesas de CEL das despesas da seccional, que sempre foram misturadas”, explica.
CEL
O CEL foi criado para oferecer aos advogados goianos e seus familiares um espaço adequado para prática esportiva, descanso e diversão. Começou a ser construído em 1999 e foi inaugurado em agosto de 2003, numa área de mais de 171 mil metros quadrados, em Aparecida de Goiânia.
O espaço conta ainda com um completo complexo esportivo, apto para gerir importantes campeonatos regionais e nacionais; salão de festas, que é referência para os melhores eventos do Estado; completa estrutura de lazer; e amplo estacionamento.