Mulheres advogadas precisam ocupar espaços de representatividade, avaliam participantes de evento alusivo ao Dia da Mulher na OAB-GO

10/03/2025 80 Anos, Notícias

As advogadas devem não apenas debater políticas públicas para a profissão, mas também ampliar sua representatividade nos espaços de decisão. Esse foi o principal consenso entre palestrantes, debatedoras e participantes do evento “Mulheres que Transformam: Advocacia, Liderança e Impacto”, promovido pela Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) na tarde desta sexta-feira (7), na sede da Seccional.

Realizado em alusão ao Dia da Mulher, o encontro celebrou a atuação feminina na advocacia e reforçou a importância da equidade no Sistema de Justiça.

Organizado pela Comissão da Mulher Advogada (CMA) da OAB-GO, o encontro ainda reuniu mais de 150 advogadas, além de presidentes de subseções e comissões, e contou com o lançamento do Observatório Mulher Advogada da OAB-GO, mecanismo para monitoramento, apoio e articulação de políticas voltadas às mulheres na advocacia. (leia mais sobre o observatório clicando aqui)

Representatividade

A presidente em exercício da OAB-GO, Talita Hayasaki, destacou a importância desta discussão institucional.

“É uma felicidade muito grande ver esse simbolismo. Como eu disse na última vez em que eu estive presidente na mesma ocasião, o fato exercermos a presidência da OAB, ESA E CASAG importa muito porque a nossa intenção é fazer com que cada uma de vocês se enxerguem aqui, cada uma de vocês se vejam aqui para amanhã efetivamente estarem aqui.”

A presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada (CNMA), Dione Almeida, destacou que a busca pela ocupação nos espaços de decisão pelas mulheres advogadas é uma pauta de Constituição da República, em consonância com diversos tratados e pactos internacionais ratificados pelo Brasil.

“Sei que temos desafios em comum, mas quero ouvi-las, estar perto de vocês, para uma maior compreensão das especificidades de cada Estado e de cada área de atuação, isso é fundamental para que o trabalho desenvolvido contemple todas as advogadas do Brasil. A CNMA partirá da premissa de uma advocacia feminina plural e que tem desafios no mercado de trabalho. O respeito e fortalecimento das prerrogativas das mulheres advogadas e a busca pela promoção do trabalho digno são dois alicerces importantes do trabalho que será desenvolvido pela CNMA neste triênio, pensaremos em estratégias de promoção do trabalho da mulher advogada, com iniciativas como o selo e certificações para escritórios que promovem o trabalho das mulheres advogadas”, declarou.

A presidente da CMA da OAB-GO, Ana Carollina Ribeiro, frisou que o lançamento do Observatório Mulher Advogada, em comemoração ao Dia Internacional Mulher, é um passo fundamental. “Tenho certeza que nós faremos muito pela democracia feminina e pela sociedade, com o apoio e a união de vocês.”

A conselheira federal Ariana Garcia afirmou que o lançamento do Observatório Mulher Advogada, em comemoração ao Dia Internacional Mulher, é um passo fundamental. “Tenho certeza faremos muito pela democracia feminina e pela sociedade, com o apoio e a união de vocês.”

A presidente em exercício da Caixa de Assistência dos Advogados de Goiás (CASAG), Larissa Bareato, enalteceu a iniciativa. “Inclusão traz muita transformação. A coisa mais importante de ser da Ordem, fazer parte do sistema OAB, é entender que isso é um processo de transformação da sociedade e de nós mesmas.”

Painéis

Da CNMA, Dionne Almeida iniciou o primeiro painel com o tema: “Desafios e Transformações na advocacia feminina”. Ela enfatizou que as mulheres advogadas enfrentam desafios que vão além do exercício profissional, acumulando múltiplos papéis em suas vidas.

“A importância do acolhimento nesse contexto, destacando que a pressão por excelência no trabalho, na vida pessoal e nas demandas sociais pode ser esmagadora. O equilíbrio entre a profissão e a vida pessoal muitas vezes recai sobre as mulheres de forma mais intensa, tornando essencial a criação de redes de apoio e sororidade dentro da advocacia”, declarou.

A presidente em exercício, Talita Hayasaki, e a conselheira seccional Amanda Souto reforçam essa necessidade ao abordarem os desafios estruturais e a resistência enfrentada pelas mulheres na advocacia.

Talita ressaltou sempre ter visto em sua mãe um exemplo de resiliência e força para ocupar espaços de liderança e transformar a realidade, criando oportunidades para novas gerações.

Já Amanda destacou que, ao desafiar normas e lutar pela equidade, a presença feminina nos espaços de poder incomoda aqueles que não estão dispostos a promover um ambiente mais justo e democrático.

Nesse sentido, Larissa Bareato explicou que uma mudança de mentalidade: ao invés de uma advocacia baseada na competição entre mulheres, é preciso incentivar a irmandade, o apoio mútuo e a construção de uma advocacia mais inclusiva e colaborativa.

Sororidade

O segundo painel, “Sororidade e Liderança Transformadora”, mediado pela coordenadora-geral de eventos da OAB-GO, Tatiana Givisiez, trouxe reflexões profundas sobre os desafios e a força da mulher na advocacia.

A secretária-geral da CASAG, Chrissia Bandim, compartilhou sua trajetória pessoal ao equilibrar maternidade e carreira, destacando como a terapia a ajudou a compreender que ser uma boa mãe significa, antes de tudo, estar bem consigo mesma e com seu propósito profissional.

Sua fala ressoou com muitas mulheres que enfrentam dilemas semelhantes, reafirmando a importância do autoconhecimento e da aceitação.

A presidente do Tribunal de Ética e Disciplina (TED) da OAB-GO, Ludmilla Torres, trouxe um olhar sobre a necessidade de reconhecimento da mulher no meio jurídico, destacando que, embora sejamos todos seres humanos com capacidade intelectual e profissional, o fato de ser mulher ainda influencia como somos percebidas nesses espaços. O papel da Comissão da Mulher Advogada (CMA) foi ressaltado como fundamental na construção de um ambiente mais equitativo e solidário.

A ouvidora-geral da OAB-GO, Layla Milena Oliveira, por sua vez, fez uma síntese das reflexões trazidas, enfatizando a interseção entre sororidade, liderança e a necessidade de redes de apoio para que mulheres possam crescer e se fortalecer no direito.

Vale ressaltar que a presidente da CMA encerrou o último painel do evento, “com uma dinâmica de exercício de conexão, cuidadosamente pensada, para o público feminino”, informou a presidente.

Presenças

Estiveram presentes: a presidente da Comissão da Mulher Advogada da subseção de Itumbiara/GO, Simone Moraes Costa, a presidente CMA Rio Verde, Marion Cristina Lopes Leão Ribeiro; a presidente da Comissão da Mulher Advogada Subseção de Jaraguá, Cibele Alves de Bessa; a conselheira federal, Ariana Garcia; vereadora de Goiânia, Rose Cruvinel; a superintendente da Mulher do governo do Estado e ainda as presidentes em exercício das subseções da OAB-GO como: Lívia Cavalcante de Palmeiras de Goiás; Isabella Lopes de Anicuns; Deborah Pina de Pirenópolis (Região dos Pireneus: Cocalzinho, Corumbá e Pirenópolis).

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