Candidato do PMDB ao governo de Goiás, Iris Rezende, foi o primeiro a participar do último dia da sabatina que é promovida pela OAB-GO intitulada “Fala, candidato”. Iris iniciou destacando que considera a política a área mais complexa das relações humanas e avaliou a postura do brasileiro diante do assunto como negativa. “Minha grande frustração na política é ver que o povo não gosta de discutir sobre isso”, lamentou, ao concluir que a partir do momento que a nação passar a acompanhar o assunto, assim como acompanha o futebol, o cenário nacional será modificado pra melhor.
Iris também relembrou sua trajetória de mais de 50 anos de vida pública e ressaltou que a vivência como advogado e político, diante das adversidades que encontrou durante a Ditadura Militar, o fizeram criar afeto e respeito pela OAB. “Nunca perdi a fé na verdadeira mudança, porém isso só vai ocorrer com a contribuição de entidades como a OAB. Temos que lembrar que a Ordem é uma das entidades com maior credibilidade junto à sociedade graças ao seu caráter apartidário”.
Custas Processuais de Goiás
Eu ainda não tinha me atentado para essa questão. Vocês me conhecem bem e sabem da minha sensatez e da minha facilidade de tomar decisões. O poder nunca me subiu à cabeça. Digo isso, porque entendo que quem tem o poder nunca pode concordar com exageros. Pelo que está sendo apresentado aqui, o valor das custas processuais constituem um exagero. A OAB-GO pode contar comigo para, juntos, reunirmos uma comissão, com a participação do Judiciário, e buscarmos a justiça nesse aspecto.
Precatórios
Isso é uma calamidade. Vinte anos de atraso no pagamento demonstram desrespeito às decisões judiciais. Eu sou inconformado com isso e estou apto pra dizer que, quando fui eleito governador, enfrentei a questão. Na época, fizemos uma proposta de negociação aos detentores de precatórios. Fizemos muitas negociações, porém o Tribunal de Justiça proibiu e justificou que teria que ser respeitada a ordem cronológica de pagamentos. Enfim, hoje nós temos que colocar ordem no pagamento dos precatórios em respeito ao Judiciário e à sociedade. É preciso destacar um percentual da arrecadação estadual para eclodir nos precatórios. Esse atraso é uma aberração administrativa.
Segurança Pública
Eu finalizei meu mandato, há 20 anos, deixando o Estado com mais de 20 mil soldados, hoje são 11mil. Eram 6 mil policiais civis, hoje são 3 mil. A população de Goiás aumentou em 40%. O efetivo que está atuando não dá conta. Há 15 anos, Goiás era o décimo oitavo no índice de criminalidade do país, hoje é o quarto Estado mais violento do Brasil. Enquanto isso, São Paulo reduziu em mais de 60% o índice de criminalidade. Rio de Janeiro também alcançou uma redução de 47% e nós aumentamos. Essa é a questão mais urgente para o novo governo. Agora, para atuar contra o crime é preciso que se tenha autoridade, o governo não pode ficar na mão de ninguém, sobretudo de bandido.
Saúde
Nós precisamos construir hospitais regionais, no mínimo 10 ou 12 unidades, e remunerar bem os médicos. Também já estamos estudando a viabilidade de uma central de diagnósticos que vai interligar todos os municípios.
Reajuste da Unidade de Honorários Dativos (UHD’s)
Quem instituiu a remuneração dos advogados dativos fui eu, quando govenador, e pagávamos religiosamente. Eu estou sendo informado que o valor da UHD, hoje, está em R$ 80. Eu vivi na carne a advocacia dativa e entendo que isso deve ser discutido.
Piso Salarial do Advogado
Na área do poder público, no Estado, nós temos que estabelecer um piso. Se outras categorias têm, se o juiz tem seu salário estipulado, se o desembargador tem, o advogado também precisa ter. Agora, eu como candidato a governador, não posso falar em piso pra empresa privada. Acredito que o assunto deve ser discutido entre a OAB e o legislador, mas em relação ao Estado eu assino em branco a proposta.
Fonte: Assessoria de Comunicação Integrada da OAB-GO
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