Os representantes das faculdades de Direito de Goiás farão um relatório com críticas e sugestões ao Exame de Ordem e o documento deverá ser entregue à OAB-GO no dia 10 de março. Nesta segunda-feira (11), eles participaram de reunião promovida pela Seccional goiana para discutir a qualidade do ensino jurídico no Estado e o baixo índice de aprovação no Exame de Ordem.
No encontro, a OAB-GO distribuiu cadernos sobre a importância do exame e cópia da prova objetiva aplicada
A reunião foi promovida pela Comissão de Estágio e Exame de Ordem. É orientação do presidente da OAB-GO, Miguel Cançado, que se dê a maior transparência possível no procedimento usado na aplicação e elaboração das provas, por isso, chamamos as faculdades para discutir o assunto, explica o presidente da comissão, Jônathas Silva.
As críticas expostas pelos participantes serão apresentadas na próxima sexta-feira (15), em Goiânia, durante reunião nacional com representantes das Comissões de Exame de Ordem das 24 Seccionais da OAB que aderiram ao exame unificado. Serão discutidas questões como a qualidade das provas, a elaboração das mesmas e a importância do certame. Este encontro é de fundamental importância porque é onde se discute o conteúdo do exame e a forma de aplicação das provas, destaca o presidente da OAB-GO, Miguel Cançado. É a partir das sugestões deste fórum que o Conselho Federal decide como deve ser aplicado o exame.
A proliferação desenfreada de cursos de Direito é, para Jônathas Silva, um dos fatores que contribuem para o baixo índice de aprovação no Exame de Ordem. “A OAB também se preocupa com a qualidade do ensino que é dado ao bacharel que sai das faculdades”. Nesse aspecto, a jornalista Waldinéia Ladislau, especialista em docência universitária e que desenvolveu um projeto para recuperar alunos que chegam às instituições de ensino superior privadas com defasagem na aprendizagem, relatou que a precariedade dos ensinos fundamental e médio das escolas públicas é a grande causa da deficiência de aprendizado dos alunos de faculdades particulares. Muitas pessoas chegam ao terceiro grau sem as habilidades necessárias que deveriam ter aprendido no primeiro e segundo graus, explica ao dizer que a maioria daqueles que ingressam em faculdades privadas é de classe média baixa e estudou em escola pública. São pessoas que têm dificuldade em interpretar um texto, em escrever e não conhecem as quatro operações da matemática.
Segundo a especialista, o problema não está nas instituições de ensino superior particulares. Estas instituições têm professores comprometidos e qualificados. O problema é que grande parte dos alunos não têm condições de estar em uma universidade, disse a jornalista que a participou da reunião promovida pela OAB-GO. “O projeto é para estes alunos não saiam da universidade sem aprender a ler, escrever e a interpretar corretamente”. Durante o encontro, a especialista fez uma exposição sobre a aplicabilidade e a pouca onerabilidade da implantação do projeto.
Também participaram da reunião os integrantes da Comissão de Estágio e Exame de Ordem Zenas Gonçalves Pereira e Luciano Mtanios Hanna; o presidente da Comissão de Ensino Jurídico, Flávio Buonaduce Borges; e o presidente da Comissão da Advocacia Jovem, Otávio Alves Forte.
11/2 15h20