Esta semana, o Portal da OAB-GO entrevistou o jovem advogado Diogo Archanjo Fleury de Souza, que recebe seu cartão de identidade profissional na sessão solene do Conselho Seccional de quinta-feira (11), Dia do Advogado. Diogo Archanjo falou sobre a escolha da profissão, Exame de Ordem, Ensino Jurídico e as expectativas em relação à sua instituição de classe.
Por que o senhor escolheu ser advogado?
No início, como grande parte dos concluintes do ensino médio, o caminho a se seguir não era claro. Diante disso, uma atitude estratégica foi necessária. A melhor opção, segundo as minhas afinidades, seria mesmo o curso de Direito. Ser advogado primeiro se apresentou como uma consequência natural do curso, depois, meio para se atingir um fim e, agora, vejo como solução que sacia todas as minhas metas. Seja para exercer a profissão, seja para estudar para concursos, seja para o empreendedorismo, ou mesmo para ser médico, engenheiro, casado, proprietário, cidadão, consumidor, pedestre, brasileiro, o Direito é sempre útil, pois é regente de todos estes universos.
O que o senhor espera da OAB-GO?
Que continue uma instituição forte e de voz ativa. Sabemos que a OAB age com punho firme na defesa dos interesses da classe e, consequentemente, atua como protetor social.
O senhor concorda com a exigência de aprovação no Exame de Ordem para ingresso nos quadros da OAB?
Segundo o Conselho Federal da OAB, hoje, por hora, formam-se sete bachareis em Direito. Em contrapartida, a aprovação no Exame de Ordem vem caindo vertiginosamente ano após ano. Nesse cenário, as pressões em busca de uma facilitação da prova é consequência certa. Porém, o Brasil, com mais de 1240 cursos de direito (superando o mundo todo junto), precisa reter esse caos e, nesse contexto, entra o Exame de Ordem, evitando que o gigantesco contingente de bachareis se torne advogados do dia para a noite.
Logo, a OAB cumpre função social defendendo a qualidade dos advogados disponíveis no mercado de trabalho. Esse é um dos caminhos para se resolver o problema quantitativo dos recém-formados em Direito, outros seriam o controle na criação de faculdades ou mesmo uma avaliação mais severa e concomitante com disponibilidade de soluções para melhorar o precário ensino jurídico. Porém, essa tarefa é do MEC e de instituições paralelas.
Qual a sua avaliação sobre o ensino jurídico no Brasil?
Acredito que o ensino jurídico acontece num volume muito maior que a estrutura de qualidade pode oferecer. Muitos centros de formação jurídica são hoje máquinas de dinheiro que angariam recursos e suprem os custos de universidades inteiras. É um ambiente favorável à proliferação dos cursos de má qualidade, já que interesses políticos e econômicos corroboram essa realidade.
O senhor acredita que a instituição de ensino em que cursou Direito prepara os alunos para o mercado de trabalho?
A instituição em que cursei é tradicional na formação de bachareis e, como toda grande universidade, possui um universo dos mais variados alunos que aproveitam o que os professores têm para oferecer ou não. Acredito que muitos desses alunos relapsos prejudicam o ensino e o nome da instituição. Porém, gabarito e currículo são atrativos que a minha instituição de ensino, a PUC-GO, pôde, repetidas vezes, me oferecer ao longo dos cinco anos de curso.