Representantes de três comissões da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) realizaram inspeção técnica ao Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO), após o recebimento de reclamações de usuários por falta de falta de materiais e cancelamento de cirurgias eletivas. As denúncias aconteceram por conta da greve dos caminhoneiros, ocorrida no último mês, relata a presidente da Comissão de Direito Médico, Sanitário e Defesa da Saúde, Caroline Regina.
A vistoria realizada manhã de 18 de junho constatou que as condições de limpeza estavam em conformidade com o padrão necessário; que não havia fluxo de pacientes no corredor ou tumulto; assim como não foram encontrados quaisquer ocorrências de problemas no atendimento em todas as dependências do hospital: recepções, ambulatórios, quartos, leitos, atendimento na urgência/emergência e UTI.
Participaram da diligência membros das Comissões de Direito Médico, Sanitário e Defesa da Saúde (CDMS); Direitos Humanos (CDH) e Terceiro Setor (CTS). “Os pacientes abordados não reclamaram do atendimento realizado nas dependências do hospital, o qual se adaptou aos problemas que enfrentaram de escassez de medicamentos e atrasos nos repasses, e se manteve funcionando em pleno vapor, inclusive, sem problemas com UTI’s”, afirma a presidente da CDS, Caroline Regina.
Cirurgias eletivas
Foi esclarecido à OAB ainda que os dois dias sem cirurgias eletivas foram ocasionados pela greve dos caminhoneiros, que impactaram na falta de medicamentos, equipamentos e materiais de insumo para as cirurgias. “A equipe média suspendeu as cirurgias eletivas e mantiveram a prioridade das emergências, remarcando para o fim de semana seguinte, 47 das 50 cirurgias programadas, pois os demais pacientes não guardavam condições pessoais ou clínicas para realizarem os procedimentos”, aponta o relatório.
Durante a visita, o fluxo cirúrgico estava normalizado, graças às parcerias que o HUGO realiza junto a outros hospitais: há permutas de insumos e medicamentos. “As respostas aos questionamentos específicos também foram satisfatórias com esclarecimento da quantidade de colaboradores no hospital, que chega a cerca de dois mil, mantendo o percentual legal de 50% da OS e 50% do Estado, e que mesmo com os atrasos nos repasses o atendimento como um todo não fica comprometido”, acrescentou o vice-presidente da CTS Wagner Nogueira.
Cronograma
O relatório aponta que faz-se necessário um planejamento de ações, aquisições de insumos e outras despesas, e que é imprescindível que a Secretaria Estadual de Saúde cumpra o cronograma de desembolso dos recursos financeiros previstos no Contrato de Gestão, vez que, segundo informações constantes do Portal da Transparência, estão com atrasos.