Levantamento realizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), divulgado na segunda-feira (15), mostra números da corrupção no Brasil. Segundo o relatório baseado nas informações enviadas pelos tribunais de justiça, Goiás é o primeiro colocado no ranking de condenações de acusados por corrupção e lavagem de dinheiro em 2012: 37 em caráter definitivo, o que representa 56,9% em relação ao total do País. O Estado ficou em terceiro entre os que mais receberam denúncias de corrupção e lavagem de dinheiro, atrás de São Paulo e Rio de Janeiro; segundo em denúncias de improbidade administrativa; e também segundo lugar em reconhecimento definitivo de extinção de punibilidade por prescrição.
Para o presidente da OAB-GO, Henrique Tibúrcio, apesar de positiva a celeridade processual nos casos levantados pelo CNJ, o relatório ilustra em números um cenário preocupante. "Os dados escancaram a crescente corrupção no âmbito da política tanto no Brasil, quanto em Goiás, o que é inaceitável num país republicano e democrata. A corrupção é um atraso para o desenvolvimento do Brasil e prejudica, diretamente, a maioria da população, que é carente e precisa do apoio do governo para ter dignidade, trabalho, assistência médica e educação".
Henrique Tibúrcio afirma que a moralização da política precisa ser considerada questão de honra para os poderes Executivo e Legislativo. "O fato dos interesses individuais ou de determinados grupos fazerem parte de uma questão cultural da política brasileira não pode mais servir de desculpa. A necessidade de mudança é imprescindível para avançarmos em outros segmentos sociais, o interesse público tem que se sobrepor. A tão aguardada reforma política é a via mais rápida para iniciar um processo de mudança que passa por uma transformação cultural dos brasileiros", afirma Tibúrcio.
"Os cidadãos têm grande poder em suas mãos, o voto é a principal ferramenta de protesto e de clamor por mudança. A mentalidade das pessoas está mudando, sim, mas precisamos avançar mais, levar informação e esclarecimento àquelas que são muito carentes dos serviços sociais e são facilmente ludibriadas por falsas e vazias promessas", diz o presidente ressaltando que a população também é responsável pelo processo de mudança.
O presidente da Seccional goiana destaca, ainda, que é preciso estar atento à prescrição dos processos contra corrupção, improbidade administrativa e lavagem de dinheiro e quanto ao cumprimento da pena. "Enquanto houver impunidade, os criminosos da política continuarão a cometer seus desmandos. Quem está preso no Brasil por cometer qualquer um desses crimes?", questiona.
A OAB-GO, enfatiza Henrique Tibúrcio, continuará lutando contra esse grave e crônico problema da política brasileira. Ele afirma que a entidade vem ganhando muitas batalhas, como a mobilização pela Lei da Ficha Limpa, realizada no ano passado pela Seccional.
O Poder Judiciário brasileiro transformou em ação judicial, no ano passado, 1.763 denúncias contra acusados de corrupção e lavagem de dinheiro e 3.742 procedimentos judiciais relacionados à prática de improbidade administrativa. Em 2012, a Justiça realizou 1.637 julgamentos, que resultaram na condenação definitiva de 205 réus. Com esses números, a quantidade de processos em tramitação sobre corrupção, lavagem de dinheiro e improbidade chegou a 25.799, no final do ano passado. O levantamento completo está disponível no portal do CNJ (www.cnj.jus.br).
Fonte: Assessoria de Comunicação Integrada da OAB-GO