No encerramento do Congresso do Sistema OAB Goiás, que celebra os 92 anos da Seccional, gestores da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) debateram sobre marketing, ética na advocacia e o sistema de Justiça. O evento foi realizado na manhã desta sexta-feira (15), no auditório Eli Alves Forte, em Goiânia.
Na ocasião, estiveram presentes a diretoria da OAB-GO, representantes da Caixa de Assistência dos Advogados (Casag), Escola Superior da Advocacia (ESA), Tribunal de Ética e Disciplina (TED), presidentes de subseções, comissões e conselheiros seccionais e federais.
Marketing e ética
No primeiro painel do evento, a presidente da subseção de São Luís dos Montes Belos, Thaís Inácia, abordou sobre as redes sociais para advogados. Segundo ela, o mundo mudou, e a advocacia também precisa mudar. “Para viralizar, é preciso eliminar o medo do julgamento, superar a procrastinação e vencer a ausência de ideias. Transformar uma simples curtida em contrato é possível!”, ressaltou.
O juiz do Tribunal de Ética e Disciplina (TED), Giovanni Machado, palestrou sobre autoridade política. Com mais de 300 mil seguidores nas redes sociais, o advogado destacou que a autoridade reflete na percepção de valor que o possível cliente tem. “Por isso, vocês podem e devem criar conteúdos jurídicos, mas sempre com ética. O importante é produzir um conteúdo para que seu cliente te veja de uma forma mais elevada”, salientou.
A conselheira e diretora de Comunicação da OAB-GO, Chrissia Pereira, enriqueceu o debate destacando a importância do marketing jurídico. Ela ressaltou que os potenciais clientes estão em todos os lugares, especialmente nas redes sociais. Além disso, afirmou que as redes sociais são uma “grande avenida comercial”, questionando o tamanho da presença online de um escritório e instigando a reflexão sobre por que, se não está presente, a “porta” ainda permanece fechada.
A presidente da Comissão de Fiscalização da Atividade Profissional da Advocacia (CFAPA), Tatiana Givisiez, enfatizou o propósito esclarecedor da comissão. Além de abordar a atuação da CFAPA, ela destacou a nova campanha “Pode ou Não Pode” nas redes sociais, ressaltando que seu papel é mais informativo do que punitivo. Ela reforçou, ainda, o compromisso da comissão em fornecer informações, buscando esclarecer as normativas e diretrizes que regem a prática profissional na advocacia.
A presidente do TED, Ludmila Torres, destacou a busca por um marketing de excelência durante sua palestra. Seu foco foi direcionado para que a advocacia entenda as práticas corretas, ressaltando que a ética profissional é um compromisso social da advocacia, além de ser o alicerce essencial para alcançar o sucesso. “É importante levar conhecimento ao público de maneira ética, sem mercantilização”, disse.
Sistema de Justiça
O segundo painel do congresso, que contou com a participação do presidente da OAB-GO, Rafael Lara Martins, da secretária-geral, Talita Hayasaki, da desembargadora do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), Ludmila Prudente, e do conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Marcelo Terto, abordou sobre o exercício da advocacia no sistema de Justiça.
Durante o debate, que foi realizado em forma de bate-papo, foram abordados temas relacionados aos desafios, oportunidades e perspectivas que os profissionais enfrentam no contexto jurídico atual, com visões da advocacia da capital e do interior, do TJGO e CNJ. O bate-papo permitiu a participação da plateia, por meio de envio de perguntas que foram respondidas pelos palestrantes.
Ao final do painel, Rafael Lara destacou o projeto Mentoria. Com início previsto para janeiro de 2024, a iniciativa tem como objetivo conectar advogados e advogadas em início de carreira, na condição de mentorandos, a profissionais experientes já atuantes no mercado de trabalho, na condição de mentores.
Mulher Advogada
No Dia Nacional da Mulher Advogada, celebrado nesta sexta-feira (15), a presidente da Comissão da Mulher Advogada enfatizou que, apesar das mulheres serem maioria na advocacia, ainda persistem desafios relacionados ao desrespeito de gênero na prática profissional. Ela destacou, ainda, a necessidade de valorizar a significativa contribuição das mulheres na área jurídica, ressaltando a importância de promover debates sobre a desigualdade de gênero e realizar análises dos obstáculos que ainda perduram no ambiente profissional das advogadas.
Fabíola também destacou que, ao longo de 2023, a comissão levou a campanha Advocacia Sem Assédio a 29 subseções da OAB-GO. “Ao longo deste ano, realizamos um trabalho incansável, demonstrando nossa força e determinação como mulheres advogadas. Somos trabalhadoras, poderosas e temos uma profunda sede de mudança no mundo. Essa parceria é um exemplo claro de como, juntas, podemos fazer a diferença”, disse.
