Piracanjuba e Caldas Novas recebem primeiras visitas do “OAB Ouve”

10/03/2017 Interior, Notícias

A capital goiana das orquídeas e o paraíso das águas termais deram a largada para mais uma iniciativa pioneira da nova gestão. Piracanjuba, a 85 km da capital, e Caldas Novas, a 165 km, foram as primeiras subseções visitadas, nesta quinta-feira (09), pelo “OAB Ouve”, um projeto no qual os membros da diretoria da seccional irão pessoalmente a todas subseções para escutar, dialogar e levar os serviços necessários, numa tarefa de atenção e aproximação aos advogados e advogadas que militam no interior. “Queremos derrubar aquele estigma de que a gente só comparece às subseções quando quer pedir voto”, repetia o presidente Lúcio Flávio, a cada visita feita, a cada grupo de advogados.

A subseção de Piracanjuba, com aproximadamente 80 inscritos, foi a primeira parada de um longo e intenso dia de trabalhos, recheado por conversas amistosas, até mesmo descontraídas, mas não menos produtivas. “Além de um prazer, é importantíssima a vinda da diretoria para que ela possa conhecer as necessidades e nossa estrutura, in loco, e ouvir os outros gritos da base da advocacia”, afirmou o presidente da subseção de Piracanjuba, Carlos Alves Cruvinel de Lima, que capitaneou a recepção à comitiva formada pelo presidente Lúcio Flávio, pelo vice-presidente Thales Jayme, pelo secretário-geral Jacó Coelho e pelo diretor tesoureiro Roberto Serra.

Entre várias reivindicações apresentadas, Carlos cobrou mais agilidade dos processos no TED e pediu que a seccional intercedesse pela Advocacia Jovem, que se queixa de honorários considerados “aviltantes”. “Muitas sociedades de advogados oferecem valores humilhantes para que recém-formados façam diligências”, relata. Já a vice-presidente Geicilene Rodrigues Fonseca mencionou a morosidade do Judiciário local. “Quando a juíza veio, já havia uma grande demanda reprimida nas varas comuns, cível e penal”, explica. Os dois estavam acompanhados ainda da secretária-geral Wanuza Moura dos Santos Garcia, da secretária-geral-adjunta Marilene Vieira Sampaio e do diretor-tesoureiro José Arnoldo Vasconcelos Oliveira, além dos presidentes das comissões da Advocacia Jovem e de Direitos e Prerrogativas, e delegadas locais da Casag e ESA.

A reunião também contou com a participação do conselheiro da região, Simon Riemann Costa e Silva, que ressaltou o papel do conselheiro como intermediador entre as esferas local e estadual. “As demandas são sabidas e nosso intuito é estar ouvindo questões particulares que ocorrem no interior e, ao mesmo, trazer a eles o que a gestão está fazendo”. Ele avaliou ainda que vem havendo uma grande reformulação administrativa na OAB, mas que seus efeitos ainda levam certo tempo para que cheguem à subseção. Simon lembrou ainda que a advocacia de Piracanjuba sente a necessidade de mais acesso a material bibliográfico, como livros e revistas. “Inclusive aproveitamos para informar a respeito da Biblioteca Digital”, completou.

A presidente da Comissão de Apoio ao Advogado do Interior (CAAI), a conselheira seccional Valéria Alves dos Reis Mesmo, faz uma ponderação sobre uma peculiaridade que, mesmo pouco tempo à frente da presidência, ela já pode constatar. “Precisamos capacitar nossos presidentes de subseções no que diz respeito à gestão. Não é o caso de Piracanjuba, que vai muito bem neste aspecto, mas temos alguns casos de presidentes que não tem condições de gerir. Cursos rápidos de gestão de pessoas, gestão operacional, como investir, podem ser fundamentais”. Ela antecipa que a proposta será levada a debate no próximo Colégio de Presidentes de Subseções, previsto para abril deste ano, em Caldas Novas. Demonstrando já estar muito familiarizada com várias das demandas apresentadas, Valéria arremata destacando a importância do projeto “OAB Ouve”. “Precisamos estreitar e integralizar a OAB, aproximando a subseção da seccional. Vamos percorrer todas as subseções para escutar os desejos e o que advogado do interior clama da seccional”.

Caldas Novas
O segundo momento da agenda de trabalhos foi dedicado a ouvir a advocacia de Caldas Novas, subseção com 312 inscritos e comarca com 5 varas, em uma cidade que atrai milhares de turistas do Brasil e do exterior, o que lhe dota com algumas particularidades. “Caldas Novas tem processos muito além da média de outras cidades do Estado. Tem uma população flutuante que acaba deixando para trás algumas demandas para o Judiciário local”, segundo explica o conselheiro Jean Pierre Ferreira Borges. Judiciário este alvo de um maciço das críticas registradas ontem, em função da morosidade e do mau atendimento prestado à advocacia, ainda na constatação do conselheiro.

Ciente disto, o presidente da subseção, Andrei Aparecido Ribeiro de Souza Barbosa, em parceria com Jean Pierre, montou uma verdadeira estratégia logística para a visita da diretoria. “Escolhemos cinco escritórios para que eles funcionassem como polos, levando em consideração a localização na cidade, para que um maior número de advogados pudesse comparecer”, explica Andrei. Posteriormente, também se juntaram a eles na recepção à comitiva de Lúcio Flávio os conselheiros Juscimar Pinto Ribeiro, Maurício de Alves Lima e Paulo Gonçalves de Paiva. A expectativa dos organizadores foi totalmente correspondida pela advocacia de Caldas Novas, que compareceu em grande número a cada um dos pontos de encontro, dividindo mesa, cadeiras e não perdendo a chance de falar. Da diretoria da subseção, também estavam o vice-presidente Rogério Buzinhani, a secretária-geral Suzana França dos Santos e o diretor-tesoureiro Raphael Rodrigues da Silva.

Foram visitados os escritórios administrados por Nelson Borges de Almeida, Cláudia Helena Gonçalves, Thiago Moreira e Jean Pierre Ferreira Borges. O roteiro contemplou ainda a Prefeitura de Caldas Novas, abrindo espaço para as postulações dos servidores municipais de carreira jurídica. No total, por volta de 100 advogados participaram dos encontros com a diretoria. Antes, a diretoria foi conduzida para uma visita às salas da OAB no Fórum da comarca e na Justiça do Trabalho. “Saímos impressionados com a participação da advocacia de Caldas Novas no projeto ‘OAB Ouve’. Nosso objetivo era exatamente esse, de colher as experiências de cada um dos advogados. Mas também saímos muito preocupados com o que ouvimos e de que muito precisa ser feito. Também é importante dizer que a seccional não pode atuar se não for provocada. Por isso é importante que as subseções reportem à seccional suas dificuldades”, afirmou o diretor-tesoureiro Roberto Serra.

Munido de seu smartphone, o secretário-geral Jacó Coelho, encarregado de executar o que já está ao alcance da seccional, concentrou-se em anotar todas as reclamações, em cada uma das visitas feitas. Em Caldas Novas, chamou a atenção a precariedade do mobiliário e dos computadores, que também estava em quantidade abaixo da necessária. “Em 30 dias, estaremos providenciando 7 novos computadores de última geração e móveis novos”, anunciou Jacó. Destes, serão 3 para as salas da OAB no Fórum, 3 para a sala da Justiça do Trabalho e 1 para a sede da subseção. “Vamos priorizar o atendimento, a ponta da linha onde está o advogado”, afirmou Jacó Coelho.

Discurso de união
Além de se mostrar aberta às reclamações, a diretoria da OAB Goiás aproveitou esse encontro para incentivar, acima de tudo, a mobilização classista. “Nós estamos levando um baile da magistratura e do MP no que diz respeito à união. Nós precisamos ter coragem, nos unirmos e ir à luta”, disse o presidente Lúcio Flávio. Isso porque, a cada encontro, uma queixa foi unânime entre a advocacia de Caldas Novas: a lentidão do judiciário, em função da baixa quantidade de juízes e varas, bem como o despreparo de serventuários, magistrados e promotores no atendimento e trato para com os advogados.

Uma extensa pauta arrolando as principais demandas da classe será apresentada em uma reunião com o presidente do Tribunal de Justiça, no próximo dia 23 de março. Jean Pierre fez questão de enfatizar o respaldo da seccional neste diálogo. “Sou uma pessoa feliz por fazer parte dessa gestão, na qual Caldas Novas é representada e onde todos nós temos livre acesso”, declarou Jean Pierre.

(Texto: Marília Noleto – Assessoria de Comunicação Integrada da OAB-GO) 

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